O capitalismo continua buscando mão de obra barata e dócil, transferindo fábricas para países subdesenvolvidos e desempregando europeus e norte-americanos (no Brasil isso também já ocorre). Vejam o caso da Renault que acaba de abrir uma grande fábrica no Marrocos. Motivo? O salário mínimo daquele país equivale a 250 euros (R$ 576), um salário bem aquém do que é pago pelas montadoras no Brasil e na França e até mesmo na Romênia, onde a empresa tem o controle da antiga Dácia, criadora do Sandero que faz sucesso no Brasil. Os romenos ganham duas vezes o salário dos marroquinos e o salario mínimo na França é quatro vezes superior.
A margem de lucro cresce e os carros fabricados chegam ao mercado por preços significativamente mais baratos. O problema é quem vai comprar os carros se os franceses reduziram exponencialmente suas operações no país desempregando milhares de trabalhadores? Desempregados, eles certamente não poderão comprar carro, mesmo mais barato. Os franceses chamam a isso de “delocalization”. Boa parte do boom chinês deriva dessa transferência de mão de obra, mas à medida que os chineses prosperam e exigem melhores condições os donos das empresas passam a considerar países como Myanmar. Nesse ritmo a coisa vai, até onde? A Apple, por exemplo, é hoje a companhia mais valiosa do mundo, lucra como nunca, mas fabrica praticamente tudo na China, na Foxcom, uma empresa que
apesar de taiwanesa mantem fábricas no continente, onde 800 mil operários vivem e trabalham em semiescravidão.
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