As medidas de arrocho econômico e social impostas pelos governos europeus estão aprofundando cada vez mais a crise em que o continente está atolado há pelo menos quatro anos e levando os países mais perto da falência em vez de tirá-los do sufoco.
O caminho que a Europa seguiu é o inverso do que foi adotado pelo Brasil no início da crise, há quatro anos, quando a economia mundial começou a dar sinais de esgotamento.
Naquela hora, o governo Lula agiu rapidamente e acreditou na força dos trabalhadores para combater a crise. Não ligou para os bancos e injetou dinheiro público na produção e nos salários, ao mesmo tempo em que dava incentivos para a indústria e o comércio.
Com emprego garantido e maior poder aquisitivo, a companheirada foi às compras e elevou o ritmo de vendas do comércio, que precisou renovar os estoques fazendo novos pedidos à indústria. Esse ciclo virtuoso manteve a produção e a crise econômica chegou ao País como uma marolinha.
Sem investimentos
Na Europa, quando a crise chegou, os governos correram para os braços do FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu para pedir empréstimos bilionários.
Mas em vez de colocar o dinheiro na produção, como fez o governo brasileiro, os europeus usaram a grana para impedir que os bancos de seus países quebrassem. Como resultado, para ram a produção, que ficou sem investimento.
Para piorar a situação, FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu só liberaram o dinheiro mediante medidas de arrocho sobre a população, principalmente os trabalhadores.
Entre outras exigências, foi determinado corte nos empregos, achatamento dos salários, diminuição das aposentadorias, redução de programas sociais (auxílio aos hospitais, aos pobres, às escolas) e assim por diante.
Essas medidas praticamente acabaram com o sistema de bem estar social europeu, um dos mais avançados do mundo na hora de proteger a população. Tão avançado, que certa vez, o ex-presidente Lula definiu esse modelo como “uma conquista da civilização”.
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