Schincariol, a terceira cervejaria do Brasil, foi adquirida no ano
passado pelo grupo japonês Kirin Holdings por 4 bilhões de dólares. A empresa
agrediu e desconsiderou o Sindicato. Sirel dialogou com Marcos Araújo,
presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de
Campinas (SITAC), que nos informou sobre a situação atual.
-Como surgiu o conflito?
-A nova empresa colocou em votação as metas para o próximo ano,
algumas específicas para a Administração e outras para a área de Produção. Os
funcionários da administração aprovaram as suas metas, enquanto que os operários
da Produção as rejeitaram.
Ignorando esta diferença bem clara, e desconsiderando o Sindicato,
que não foi consultado, a empresa difundiu a informação de que as metas tinham
sido aprovadas em geral. Para isso, utilizou o grosseiro procedimento de
somar os votos totais, confundindo metas e áreas de trabalho, colocando de um
lado as aprovações e do outro as rejeições.
Este procedimento nos pareceu inaceitável, e enviamos à empresa o
nosso protesto formal.
Também informamos à Rel-UITA, que reagiu de forma imediata e
solidária, enviando um comunicado à empresa o qual, pelo que nos consta, foi
recebido.
-E agora, quais são as novidades?
-Tivemos uma reunião na semana passada com o Departamento Jurídico e
de Recursos Humanos da empresa. Expusemos nosso ponto de vista, no qual
incluímos a participação da Rel-UITA no andamento desta situação.
Explicamos que o nosso interesse é encontrar uma solução negociada antes de nos
vermos obrigados a tomar caminhos de confrontação, que não são úteis para
ninguém.
-E qual foi a reação da empresa?
-Pediram um prazo até o final desta semana e garantiram que darão
resposta a todos os pontos que abordamos, como o da atualização da cesta básica,
que eles se negam a fazer, argumentando que há outros benefícios que compensam
aquilo que poderia faltar na cesta.
Também responderão sobre a diferença fundamental referente à votação
das metas, que eles apresentam como tendo uma aprovação geral, somando as duas
áreas, o que é uma incoerência total.
Inclusive temos o antecedente de que, quando da votação do banco de
horas, esta foi apurada em separado, com ambas as áreas aprovando o banco de
horas, tanto que a empresa registrou os dois resultados separadamente. Mas
agora, quando a proposta é rejeitada, eles mudam o critério. Isto é
inadmissível.
Esperamos essa resposta até hoje sexta-feira (6) e, no caso de ser
uma negativa ou se não a recebermos até a semana que vem, iremos decidir qual
será a nossa reação.
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